CORTEJOS AO REI DO CONGO Quem sou eu? Eu sou a festividade do povo negro. Surgi muitos anos atrás, no reino de Congo, no ceio de minha mãe África. . . Entre paços, cores, sons e batuques me fizeram presente na pele negra em grandes cortejos. . . Presenciei momentos em que os livros muito das vezes não contam, mais me mantive resistente a tudo e a todos. . . Migrei para o outro lado do atlântico, aportando na América, especialmenteem Recife, Ali eu vi com o passar do tempo à luta do negro por justiça, por respeito e igualdade. . . Passei a viver escondido dentro de engenhos de canas de açúcar e fazendas,mais nos pés da negra eu surgia em meios a seus temperos e sabores a seus senhores. . . Quando o sol caia e a lua subia aos céus eu surgia com roupas elegantes, cheios de colares a sons de palmas da mão igualando atabaques. . . Um belo dia estava aos pés da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, acompanhei meus irmãos negros em uma grande missa. . . Logo depois eu surgi no meio deles, me senti tão feliz, era tão lindo ver o sorriso estampado no rosto de quem sofria tanto por ali. . . Saímos cantando, dançando, pulando pelas ruas de Pernambuco. Os olharespelas janelas não entendiam o porquê da nossa felicidade. . . Afinal, somos únicos, somos a força que carrega um país, somos a garra que se ergue e levanta o grito de uma cultura em um novo país. . . Após abolição dos escravos eu tive mais liberdade, em uma grande festa me juntei com outros meus irmãos festeiros vindos da África onde criamos um verdadeiro carnaval de cores e fantasias. . . Ganhei outros nomes: Rural, Nação, Baque-Virado, eu sentia que estava sendo valorizados meus passos, agora eu pertencia a pessoas que me admiravam. . . De repente me tornei imortalizado na Cultura Popular Brasileira, ganhei um monumento em minha homenagem. Quando me deparei estava em um grande caldeirão cultural Pernambucano com a Congada, Frevo, Samba de Roda, Afoxé, Catira, Maculelê e o Samba. . . Afinal, Eu sou o Maracatu! ✊ .
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